(Interior)mente

Sobre o Amor!

Este texto outrora escrito, não pensando, vem hoje na visão mais adulta de quem o escreveu (eu própria), assumir o importante papel de nos chamar a atenção para os sentimentos e para a importância de os exteriorizar.

Essa visão que vão ler mais à frente, demonstra a importância e a vivência de um tão bom, esperemos nós, sentimento – o amor.

Amor, relatado por alguém que o vivia na primeira pessoa!

Mas nesta visão vemos também que para além de o sentir é importante partilhá-lo. Partilhar com quem? Em primeiro lugar connosco, o nosso amor próprio pois só assim seremos capazes de permitir que alguém nos ame tal e qual merecemos sem migalhas nem esmolas. Seguidamente, este texto outrora ingénuo, achava eu, chama a nossa atenção para outro tema de grande importância: a perfeição! Perfeição dos seres, das relações. Meus amigos, a perfeição? Essa não existe, não tem de ser perfeito! Tem de ser real, tem de ser vivido, sentido e partilhado e isso sim é possível com alguém real. Alguém que tem opinião própria, alguém que tem vontade, alguém que tal como tu tem qualidades, mas também defeitos, alguém que partilha contigo as vitórias, mas também está lá nas derrotas. O amor romântico, se assim lhe quiserem chamar, é feito de cedências de parte a parte, de superações, de conquistas diárias e de pequenos passos e tal como o amor próprio pode e deve ser cultivado.

Agora, que já tentei colocar a vossa atenção na importância dos sentimentos, especificamente – o amor – em qualquer das suas formas, deixo-vos este belo relato de uma jovem outrora apaixonada. Lembre-se o amor tem de ser vivido, real, mas acima de tudo sentido.

Em Abril de 2014, A miúda que achava que sabia escrever,

A Cinderela partiu o salto,

Ao meu novo amor de bolso:

Menina adolescente procura o par perfeito; A Cinderela procura o sapato e com ele o príncipe encantado; A bela adormecida o verdadeiro amor…

Mas, agora … A cortina fecha! Os aplausos terminam e a vida real começa:

Com uma busca:

Daquele que não sendo perfeito, o é aos teus olhos, aquele é aquilo que tu procuras! O chato e rabugento que acorda de mau humor, o curto e o grosso, o que resmunga, às vezes, quando não estás e estás certa, que confia, desconfiando com e sem motivo, o que está presente ou se força por estar quando dizes dele precisar ou então o que opta por silenciar quando mais precisas ou quando mais o queres ouvir …

E, assim … O príncipe que não é tão príncipe assim … Parte o salto da Cinderela e decidem viver mesmo assim … Sem perfeição, sem contos de fadas e finais excessivamente lamechas.

Assim se faz, assim se vive, assim se movimenta e agita a própria vida … Com confusão, roupa espalhada pelo chão, com o homem de barba grande, cabelo comprido estilo mendigo… Ou, outro homem qualquer …

Meio sem jeito mesmo, quase sem palavras, de rosto escondido, encolhendo os ombros envergonhado, o homem que quando sorri e fala não o faz só com a boca, mas com os olhos também!! Te faz sorrir descontraída, com vontade de transformar um pequeno instante num grande momento e esperar este perdurar no tempo, ainda que dure apenas meros segundos… Que te faz sentir o coração perto da boca, a borboleta na barriga e a perna tremer. O que não sendo perfeito e abusivamente normal, te faz sentir cheia de si mesma e que, em momentos, te fazendo chorar te faz sorrir em seguida, apenas por lembrar… E esquecer logo depois, tudo o que não é bom de lembrar!

Que te faz querer, mesmo esgotando as forças, ultrapassar, subir, alcançar, juntos, todas as barreiras… Mesmo que as tuas capacidades se esgotem ou pareçam estar no limite… àquele que te faz recambiar os copos, recalcar as noites até de manhã para dançar, beber e esquecer! O que te faz sorrir de tão parvo, quando o telemóvel toca ou dá sinal de mensagem. Porque te faz sentir aquele tão belo e tão feio, tão bom e tão mau sentimento que já alguém dizia: ser fogo que arde sem se ver.

Mesmo que esperando por ti, do lado detrás da cortina:

Será amor??

Creio, posso apostar, que sim …

Holding

Holding proveniente do inglês e inicialmente desenvolvido por Winnicott, é um conceito que remete para a transmissão de suporte e através deste sustentação e segurança podendo estar presente desde uma fase muito inicial do desenvolvimento do bebé (Medeiros & Aiello-Vaisberg 2014). Este conceito está então igualmente relacionado com outras temáticas como ilusão, integração, continuidade, sustentação física e psicológica através de uma presença física viva e confiável

Esta base segura é desenvolvida desde muito cedo incluindo o nascimento. A forma como percecionamos, vivemos e sentimos atualmente é influenciada desde então. Os sentidos, assumem desde logo uma importância fulcral pois é com eles que o bebé apreende os vários estímulos pelo qual está rodeado. Grande mudança esta, o bebé deixa de estar protegido naquela bolsa interior. Só por si, o contacto corporal e o toque assumem a importância de acalmar o bebé para que este se sinta seguro – o sentir que alguém está ali e consequentemente confiando no que o rodeia. Assim, poderíamos referirmo-nos a este conceito apenas na relação de vinculação mãe-bebé, porém esta técnica foi crescendo e revelando a sua importância na clínica contemporânea atual deixando de estar restrito apenas ao bebê ou pacientes com um quadro clínico regressivo ou mais complexo (Medeiros & Aiello-Vaisberg 2014). Desta forma, poderemos valorizar um novo paradigma e mencionar a extrema importância e necessidade de qualquer pessoa se sentir sustentada e segura para melhor lidar com a instabilidade diária. O alargamento do conceito de holding para a idade adulta irá trazer benefícios para o interior e exterior do contexto terapêutico, este irá contribuir para o fortalecimento emocional, para o incremento do potencial criativo e relacional potenciando a vivência, ressignificação e integração de acontecimentos dissociados sem a necessidade de uma explicação intelectualizada. Ou seja, colocamos e oferecemos ao paciente um momento sustentado de profundo encontro com o eu, uma experiência emocional e sentimental em que o terapeuta deverá estar em consonância incentivando a criação desta experiência e praticando uma escuta e presença ativa.

Com a certeza de que muito mais há para saber e dizer sobre esta técnica desde os primórdios e da sua extrema importância desde o nascimento do bebé estou certa de que mais importante que toda a teoria envolvente é a experienciação e a vivência corporal e emocional desta tão intensa ferramenta. Por isso, falo do coração de quem a viveu para o coração de quem a poderá vir a experienciar. Se temos medo de a viver? Temos sim, também o tive na primeira pessoa. Medo de vivenciar sentimentos e emoções que eu sabia, outros não, que estavam perfeitamente e meticulosamente arrumados naquela gaveta mental que eu insistia em ter fechada. Fechada para não ter de mexer, não ter de lidar e não ter que viver. Dizia eu, convencida de que tudo estava resolvido e que eu, poderosa, teria tudo perfeitamente controlado. Mentira. Tudo mudou quando me permiti viver, quando me permiti sentir e digo-vos com a maior certeza que não há sensação mais libertadora e satisfatória que esta. Viver com o que sentimos, viver realmente o que fazemos. Perguntam vocês e bem o que é isso de holding afinal?

A resposta mais vivida do que pensada, holding é o momento em que te permites encontrar contigo e com as tuas experiências sem forçar. Mas este encontro é sustentado por alguém que está por trás de ti, por alguém que está realmente contigo. Esse alguém não está apenas presente fisicamente, está em consonância, sentindo e vivenciando a tua experiência. Alguém que pode nem dizer nada, mas alguém que está com um espírito de abertura sem questionar e sem julgar. Alguém que sentes que está presente, alguém que sem falar e apenas com a presença te transmite confiança, segurança e conforto e é esse alguém que impulsiona a viver a experiência. Esta consequentemente te irá levar a olhar para todas as outras experiências de uma forma diferente com outra confiança, outra segurança e outra força de as viver.

Agora paremos para pensar quantas vezes vivemos realmente? Quantas vezes estivemos efetivamente com alguém? Quantas vezes precisamos que alguém esteja connosco? E quantas vezes precisamos realmente não de ouvir, mas de sentir, este “eu estou aqui” independentemente de qualquer circunstância … Pois é, muitos porquês nestas respostas.

Talvez esta técnica te proporcione uma nova visão, uma nova forma de estar, uma nova forma de viver, uma nova forma de sentir e talvez descubras que às vezes não precisas dizer só precisas de realmente estar, ou que estejam contigo, com todos os sentidos alerta.

O pouco é muito e está é a melhor forma que tenho para vos mostrar isso!

O texto não está científico, está sentido e vivenciado, sintam-se à vontade para viver e sentir e quem sabe partilhar a experiência e as questões que vos coloco, prometo voltar cá em breve!    

Grounding

Hoje decidi falar-vos sobre um tema que em tempos despertou a minha atenção e em pleno me transportou para o conhecimento do meu verdadeiro eu – o Grounding ou enraizamento inserido na minha formação de introdução à Psicoterapia Corporal.

 Antes de mais, importa esclarecer que a Psicoterapia Corporal, segundo a EABP, se foca no conhecimento e compreensão das relações dinâmicas entre a mente e o corpo possibilitando novas abordagens e relações na experiência humana.

Destacando desta forma, o tema escolhido sabe-se que o conceito de enraizamento, ou seja, a forma como estamos vinculados ao nosso corpo e à nossa vida surge associado ao conceito de grounding, desenvolvido por Alexander Lowen, após ter estudado a relação mãe-bebé e o seu reflexo nas relações ao longo da vida (Peixoto, 2013). Assim, este termo significa estar em contato com a terra e simboliza o modo como nos relacionamos e percebemos a realidade interna e externa. De acordo com Lowen (1972), o individuo que está em contato com o chão está em relação com a sua realidade, uma vez que, a realidade básica de cada um é o seu próprio corpo e é através deste que se vivência e reage ao mundo. Segundo o autor este ato implica o conhecimento do corpo, das suas expressões, da sua capacidade, abertura e, também, os seus padrões de tensão que permitem perceber as suas experiências e marcar a sua personalidade. Deste modo, os autores Cândido & Matos (2009) consideram que os exercícios de grounding facilitam a vibração e a circulação da energia vital, que provocam um aumento da sensação de segurança e permite ao sujeito estar em contato com a sua natureza mais primitiva libertando-se dos seus medos e bloqueios através da entrega total ao exercício. Remetendo novamente para o grounding e o vínculo (mãe-bebé), igualmente defendido por Winnicott (2006 in Peixoto 2013), construído nos primeiros anos de vida é essencial para a manutenção do equilíbrio, do enraizamento físico e emocional que irá acompanhar todas as fases de desenvolvimento humanas e afetar o modo como a pessoa interage. Note-se que, segundo a mesma autora, a vida emocional começa no momento da conceção, durante os nove meses de gestação ocorrem uma série de transformações e intimidades que vão guiar o organismo durante a sua evolução. Estas experiências ficam armazenadas no nosso corpo e manifestam-se através de formas de pensar, atitudes, gestos e posturas a que Reich chamou de carater. Para finalizar, voltando ou conceito em estudo, ser enraizado é estar no corpo, ter uma relação com o chão, com o mundo e com os outros e ser capaz de canalizar o fluxo de energia entre nós e o ambiente e vice-versa aumentando a nossa capacidade de conexão (Peixoto, 2013).

A título pessoal, a realização deste exercício permitiu-me uma entrega total ao mesmo, um reconhecimento e foco nos meus anseios do momento possibilitando à posteriori a libertação dos mesmos. Esta e outras técnicas de Psicoterapia Corporal permitiram-me crescer a nível pessoal, relacional e profissional negando a minha inicial apreensão em sair completamente da minha zona de conforto. Certamente que hoje, voltando atrás, faria a mesma escolha e reconhecendo que é fundamental libertar os nossos medos e problemas diários, mas também, é importante parar para pensar só em nós e no nosso mundo, encontrarmo-nos com nós próprios e com os nossos problemas, ou seja, fazer o nosso enraizamento. Daqui trago até hoje o ensinamento de que o psicoterapeuta corporal “estuda a mente que o corpo sente” e que devo procurar estabelecer uma relação de sintonia com o meu cliente sempre respeitando o seu espaço e principalmente o seu tempo, pois, cada um de nós leva o seu tempo a libertar-se dos seus medos, dos seus problemas e a querer partilha-los com alguém

 

És capaz ? De te colocar no lugar do outro …

É urgente parar para pensar …
Quantas vezes olhamos para uma pessoa e pensamos “porque não consegues fazer algo que tanta gente faz? É fácil!” E quantas vezes paramos nós para pensar que para a pessoa em questão pode não ser? Pois, muito menos do que na questão anterior.
Às vezes não é só o “isso é fácil”, “vais fazer”, “vais conseguir”, “tens de fazer” … às vezes não é só o não conseguir naquele momento.
Às vezes é o que aquele momento (aquele específico não estás a conseguir) traz consigo, é só isto (pensamos), mas este só traz um milhão de coisas consigo.
Este só, este não consigo que tu vives hoje traz – memórias, fragmentos, dores vividas, recordações, vergonha, exclusões, traz o não seres escolhida porque não consegues ou porque não és tão boa, traz uma média mais baixa por não conseguires ser tão boa como os outros.
Este só traz todas as frases, sussurros e comentários que já ouviste algum dia “aquela não consegue”, “não ficas na minha equipa porque não consegues correr”, “aquela parece um dinossauro a andar”, “vai ali a manca”, “aquela anda toda torta já deve estar bêbeda” e mais uma imensidão de porras que se ouvem por aí!
Depois não se enganem todas as más reações ao “mais rápido”, “anda lá”, “ainda não está”, “isto é força de vontade”, “só para quem consegue”… pois é! O problema, volto a dizer não é só isto! É a carga emocional, o significado, as memórias que isto traz consigo. É o pensamento “porra não estás a conseguir outra vez” – e por esta hora estamos a colocar a nossa pessoa em causa quando não temos que o fazer.
Tu não tens que fazer porra nenhuma! Tu tens que fazer como quiseres dentro do limite aceitável quando o teu emocional assim o permitir. Porque as vivências e as memórias são tuas e ninguém as sente por ti tal como ninguém as viveu por ti!
Esta é apenas uma passada história de bullying na primeira pessoa, como poderia ser outra qualquer!
História cada um tem a sua, cada um vive e sente do seu jeito, mesmo que às vezes se permita sentir …
Obrigada por todos os porras que já me disseram e continuam a dizer porque são esses que me fazem ir mais além!

Hoje falamos de peso nos ombros

Aqueles grandes “fardos” que carregamos sem dar conta !
Por vezes vindos do passado- acontecimentos da infância vividos na família;
Uma situação mal resolvida na escola;
Aquele momento em que vivi bullying que me fez sentir pequena e inferior aos outros;
O momento em que assumimos uma dor ou uma responsabilidade que não é interinamente nossa;
Quando somos mães e pais dos nossos irmãos;
Ou quando decidimos que temos de ser fortes para os outros não sofrerem.

Em todos estes momentos e em muitos outros carregamos um peso que condiciona a nossa vida e que se pode traduzir em dificuldade na tomada de decisão, baixa auto-estima, auto conceito e insegurança ….

Não carregue o que não é seu,se precisar de ajuda, procure profissionais e não hesite em contactar!

Emoções?

Algo para o qual muitas pessoas não estão despertas.
Muitas das nossas crianças nunca ouviram falar de emoções, não as identificam ou não as sabem explicar .
A realidade é que estas interferem no nosso bem-estar e na forma como nos movemos e relacionamos com os outros.
As emoções reprimidas refletem -se na nossa personalidade e no relacionamento com os outros e com o mundo interferindo nas relações interpessoais, no rendimento escolar, no rendimento desportivo …
Olhando em volta quantas das nossas crianças parecem estar à beira de um colapso ?
Por vezes aquele comportamento, aquelas notas, aquele mau desempenho sem explicação tem uma base … e essa é emocional !
Cuide de si, dos seus pequenos … o bem estar emocional é a base para um desenvolvimento harmonioso.

A imagem apresentada foi retirada do livro de Maria Palha, a caixa de primeiros socorros das emoções, sem dúvida uma boa leitura.

Ensinar a estudar? Porquê?

É importante promover competências de estudo autónomo para procurar melhorar o desempenho escolar;
Se ensinarmos as nossas crianças a pensar e a estudar estamos a facilitar o seu sucesso tanto escolar como na vida;
As crianças precisam de saber procurar soluções para os problemas que vão surgindo no quotidiano.
Estudar bem, não significa estudar muito!

O apoio psicopedagógico pode ajudar na organização do estudo e na aquisição de competências! Procure ajuda adequada às suas necessidades!